Seminário_ Lições de Fala: Diálogos Ameríndios

  Dia I.

04.07 Manhã – 9h30-12h30
09h30-10h Palavras de boas vindas_ Marta Amoroso, Marina Vanzolini e Renato Sztutman
10h30-12h30 Mesa de Abertura: O lugar da fala_  Bruna Franchetto e Sandra Benites Coordenação: Renato Sztutman Mediação: Marina Vanzolini 
Tarde – 14h30-19h30
14h30-17h
Mesa II: Falar como liderança, na aldeia e na cidade_ Mutuá Kuikuro, Marcio Tenharim e Tiago Karai Guarani-Mbya Coordenação: Gabriel Bertolin Mediação: Lucas Keese
17h30-19h30

Mesa III: Políticas de afirmação, políticas afirmativas indígenas_ Letycia Rendy Yobá  e Laís Maxakali Coordenação: Emerson de Oliveira Mediação: Talita Lazarín Dal Bó

  Dia II.

 05.07 Manhã – 9h30-12h30
Mesa IV – Falar com cerimônia I_  Luiz Gilberto Kubeo, Isaka Huni Kuin e Jayme Mayuruna Coordenação: Guilherme Meneses Mediação: Diego Pedroso Comentários: Pedro Cesarino
Tarde – 14h30-17h30
Mesa V – Falar com cerimônia II_ Waranaku Aweti Jamaxi Myky e Typju Myky Marilton Maxakali e Natalino Maxakali Coordenação: Marina Vanzolini  Mediação: André Lopes e Ana Estrela Comentários: Dominique Gallois 

  Dia III.

06.07 Manhã – 9h30-14h
9h30-12h30 Mesa VI:Palavras de mulheres_ Maria Parukunye, Katxuyana Tiriyó, Patrícia Ferreira Guarani Mbya e Gilda Kaingang Coordenação: Paola Gibram Mediação: Aline Aranha e Luísa Girardi
13h-14h Palavras finais_ Jera Poty Mirĩ e Beatriz Perrone-Moisés

Comissão organizadora: Gabriel Bertolin, Guilherme Meneses, Lucas Ramiro, Luísa Girardi, Marina Vanzolini, Paola Gibram e Renato Sztutman.

 

Por meio de um diálogo com convidados indígenas, o Seminário Lições de Fala propõe-se a explorar a centralidade e a potência da fala nas sociocosmologias de diferentes povos das terras baixas da América do Sul. Como escreveu Pierre Clastres, a linguagem é, para estes povos, não um mero instrumento a serviço da comunicação, mas algo a ser “celebrado”, usado com o máximo de cuidado, uma vez que atua na composição de pessoas e coletivos. Não é apenas o conteúdo que importa, mas como dispor da linguagem, como usar a fala com a devida justeza, visando efeitos. Essa concepção da linguagem – e da fala – conforma uma concepção singular de ética e de política, isto é, de estar no mundo e de compor mundos. E nesta ética e política entrelaçam-se diferentes atos de fala: discursos de lideranças, diálogos cerimoniais, cantos, narração de histórias, rumores; transcorridos seja em momentos cotidianos, seja em eventos festivos de diversas escalas envolvendo música, dança, adornos, imagens. Estes atos de fala não estão encerrados no mundo indígena, abarcam também o aprendizado de falar aos não indígenas, estes que não cessam de impor sua própria ética e sua própria política. Cabe lembrar também que em muitas línguas indígenas o termo “fala” pode designar outras formas vocais que escapam da linguagem articulada e, assim, pode referir-se a sons emitidos por seres não humanos. Todas essas questões convidam a problematizar e a refletir, junto com os interlocutores indígenas, sobre o que falar quer dizer; convidam a aprender com lições de fala indígenas.

Data
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