Ato Simbólico do Povo Pyri (Tenharin)

Na Terra Indígena Marmelos, Sul do Amazonas, os Tenharin habitam um território historicamente ocupado por seus anciãos Kagwahiva e também por seus parentes isolados. Durante a década de 1970 este território foi atravessado pela Rodovia Transamazônica e pelo decorrente crescimento de atividades ilegais de exploração de recursos, que envolveram o trabalho compulsório de parte de seus habitantes. Os Tenharin resistiram até a demarcação de suas terras em 1988, e resistem ainda aos impactos de terem em meio a suas aldeias uma das maiores rodovias do país. Jiré é um símbolo da força da cultura Tenharin. Importante liderança (in memorian), ele representa a geração de anciãos que viu e sentiu o momento do contato, e congrega a sabedoria ancestral e as recentes transformações que esta nova configuração política assume. Em sua homenagem e de todos os anciãos e anciãs os Tenharin estão construindo um memorial na aldeia Marmelos, que busca não apenas olhar para o passado, mas também ser um ponto de referência para o futuro, através de ações educativas para os jovens, geração de renda e valorização regional da cultura Kagwahiva. Uma comitiva está em São Paulo para uma formação em Museologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, e irá apresentar a trajetória do Memorial Jiré e os resultados das trocas transcorridas ao longo da semana, junto à antropóloga Karen Shiratori (Eco-Amazônia, U. Coimbra), à museóloga Viviane Wermelinger (MAE-USP) e à arqueóloga Laura Furquim (MAE-USP), parceiras do projeto.

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