Formação político-educacional e movimentos indígenas

Palestra realizada no dia 27 de fevereiro de 2024, na sede do CEstA, com Eliel Benites (Ministério dos Povos Indígenas), Kerexu Mirim (EEI Krukutu), Levi Marques Pereira (UFGD) e mediação de Augusto Ventura dos Santos (Doutor PPGAS/USP). Faz quase meio século que as primeiras experiências de educação escolar bilíngue e diferenciada começaram a ser desenvolvidas em comunidades indígenas no Brasil. Eram experiências conduzidas por incipientes organizações de apoio aos povos indígenas que se opunham ao modelo assimilacionista e tutelar desenvolvido pelos antigos órgãos indigenistas oficiais. Paulatinamente, tais experiências foram normatizadas legalmente e sua responsabilidade administrativa foi assumida pelos órgãos estatais de educação (Secretarias Municipais, Secretarias Estaduais, Ministério da Educação etc). Este processo redundou numa expressiva multiplicação e consolidação de experiências de educação escolar indígena por todo o país. Redundou também no fortalecimento projetos educativos dos movimentos indígenas, através da formação de novas e ativas lideranças, tais quais estudantes, professores e pesquisadores indígenas. Por outro lado, os diálogos com os órgãos oficiais apresentam ainda hoje uma série de tensões e desafios para as comunidades: como lidar com as permanentes exigências de padronização e centralização dos sistemas estatais? Em que medida a autonomia política, pedagógica e os conhecimentos indígenas têm sido de fato respeitados?

Data