Exílios índios: sobre deslocamentos compulsórios no período militar (1964-1988)
Edilene C Lima
Professora de Antropologia/UFPR
Pós-doutoranda USP, 2015
Nesta apresentação irei tratar dos deslocamentos compulsórios de populações indígenas que tiveram lugar no período militar, particularmente nos primeiros anos da década de 1970. Não são poucas as populações removidas e algumas delas ensaiaram fazer o retorno às suas terras originárias. A partir de pesquisa documental e bibliográfica, irei tratar de três casos emblemáticos da violência perpetrada naquele período: são os casos dos Xetá, dos Tapaiuna, dos Ofaié-Xavante, o primeiro falante de uma língua tupi-guarani e os dois últimos falantes de línguas do tronco Macro-Jê. Os três grupos são separados por centenas de quilômetros, nos atuais estados do PR, MS e MT, e com inúmeras diferenças em suas histórias particulares, mas com a coincidência do deslocamento de suas terras originárias. O lema “integrar para não entregar”, menos que um jogo de palavras, supunha a expansão das frentes de colonização que, inevitavelmente, alcançavam os índios em duplo (e dúbio) sentido.
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