Palavras carnais: sobre lembrar e esquecer entre os Filhos do Erepecuru

 

Palavras carnais: sobre lembrar e esquecer entre os Filhos do Erepecuru

Nesse trabalho, ainda em andamento, exploro o potencial analítico da relação entre a forma em que os Filhos do Erepecuru – castanheiros, ribeirinhos e remanescentes de quilombos – pensam sobre o processo de lembrar e esquecer diversos relatos, e como eles concebem a atuação das palavras sobre o corpo. Inicio com uma consideração sobre a importância que os Filhos do Erepecuru conferem ao esquecimento dos seus próprios relatos sobre a vinda dos seus antepassados para o Rio Erepecuru, município de Oriximiná, Pará. A partir dessa questão etnográfica, descrevo como a necessidade de esquecer, e os cuidados inerentes ao ato de lembrar, estão relacionados ao poder das palavras de mobilizar forças e sentimentos, curas e doenças, para dentro da carne da pessoa. Essa reflexão etnográfica possibilita, por fim, uma sugestão de como a linguagem, a experiência e a pessoa são relacionados pelos Filhos do Erepecuru em sua eterna luta por uma vida tranquila.

Rua do Anfiteatro, 181 - Colmeia, favo 8